segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Manhãs...

Todos os dias começam ordinariamente especiais. Acordo, o sol já nasceu, o céu cinza de São Paulo, o barulho dos aviões, que passam de minuto a minuto sobre a minha janela, indo e vindo em direção ao maior aeroporto do Brasil. Esses aviões carregam milhares de histórias comuns e especiais, cotidianos, mas também levam e trazem milhares de sonhos e esperanças... e eu ainda deitada, aquele truque no despertador, soneca, 10 minutos...a preguiça é minha única companheira nessas horas...

Todo aquele ritual da manhã, jornal, revista, café, maquiagem, chaves de casa, carro, controle do portão, ladeira acima, ladeira abaixo, semáforos e mais semáforos, e rock n' roll, claro muito rock n' roll sempre no som do carro! é pra manter o sujeito vivo, acordado, feliz, esperto, pra que nunca se esqueça da pureza, da dureza, da poesia e da porrada de suas letras e acordes. Adoro rock n' roll!

Todos os dias vejo sempre a mesma paisagem, mas a cada dia ela tem um significado diferente. Aquela moça que fica sentada todos os dias na porta da loja, ainda fechada, com um livro, um cigarro e uma garrafa de coca cola, às 8:30 da manhã...o que será que a comove? a motiva? a solidão a conforta ou amedronta? Todos os dias quando a vejo penso em algo diferente...ela é um personagem das minhas manhãs que me inquieta...

Estacionamento, trabalho, telefonema para aquele que me comove...aquele que me motiva, que me liberta e que libera em mim os sentimentos mais especiais...ele merece uma crônica só pra ele...e terá!

E sigo eu para a minha missão atual, pretendendo ser sempre feliz...não conseguindo em alguns dias sorrir facilmente, mas de quem é a culpa? isso também é assunto pra outro dia...porque nesse que se inicia, preciso visitar clientes.

Fui.

Por
Onória M.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Subindo nas Tamancas

É um fato conhecido e divulgado para toda humanidade que os dias que antecedem a menstruação feminina são dias de guerra, sangue e horror. Digo isso no sentido fatídico da anatomia e no sentido hormonal em que os fatos ocorrem.


Ontem foi um destes dias de violência do corpo e da mente, e que envolveu doses cavalares de azar também. Um mistura preocupante. Acordei com surtos de cólica e mau-humor (não necessariamente nesta ordem); observei a quantidade de sujeira e desordem do lar onde deveria relaxar e sei que nesta sexta-feira irei trabalhar como uma doida. Meu amor me olhava ressabiado e com medo desde a hora que acordou. Sabe os perigos da vida cotidiana nestes dias especificamente.

Corra, Louca, Corra!

As pessoas ao redor parecem não perceber a desordem física e emocional na qual eu me encontrava. O que é justo. Mas como não perceber todo o inchaço corporal e olheiras no meio da cara (sem falar aquela espinha ordinária que apareceu e que chega religiosamente todos os meses iguais os boletos bancários).

Passei o primeiro tempo de trabalho controlando a respiração e lembrando a importância de inteligência emocional nos dias de hoje. Mas descobri que não tinha material de trabalho, e a internet não estava funcionando. Liguei no banco para verificar o saldo da minha conta e a mensagem de 2,00 de saldo positivo me fez chorar.

Indo para a “housedência” fazer o intervalo, estava pensando que tanto mau-humor era exagero. Afinal era sexta-feira, prenuncio de um fim de semana, e que problemas aconteciam com todo mundo (até com os vietnamitas). Ledo engano meus caros, a vida é uma caixinha de surpresas. O sorriso de Poliana congelou na cara quando caminhando, me vi dentro de uma poça com look de dengue, a sandália cheia de água ocasionada pelas pancadas de chuvas do dia. Resultado: pés molhados, sandália quase descolando, rosto transfigurando-se em ódio puro.

De volta ao lar, entrei, pensei em relaxar. Tranquei a porta da frente para poder descansar a vontade depois de lanchar. Me refiz, tomei banho, me vesti para o trabalho. Pensei em Odette Hoittman e em todas as suas voltas por cima.

Precisava estender a toalha do banho no varal, sai pela porta do fundo (que tem um maravilhoso designer de um trinco do lado de fora quebrado) e um vento divino bate a porta atrás de mim. Trancada para fora. PARA FORA!

Bolsa, celular, tudo dentro de casa. Pensei em beber vodka para os nervos sabe? Mas a garrafa também estava dentro de casa. Me arrastei para o trabalho e comecei a rezar. Porque só Deus sabe como me tornei perigosa!

Mas eis que após toda a jornada tenho um “Jedi” em casa. Chegamos do trabalho, ele tem outra chave, abriu a porta, fez um lanche, cafuné, um beijo fraterno e um pouco de compreensão. Dormi como uma fada. (Desconfio que ele colocou um calmante no suco por precaução).

Resultado: TPM é Rivotril, chocolate e compreensão, nada de bombas, granadas e armas de fogo! E se não funcionar, beba, beba muito até dormir sem sentidos, e espere um novo dia afinal, o álcool é o Atroveran da alma!