terça-feira, 1 de setembro de 2009




cheguei na esquina.
infame.

olho para os dois lados, sinto receio de que eles estejam á espreita. nada nos bolsos. nada nos olhos.


não quero que me vejam, nem falem comigo. isso é tudo um jogo.

talvez não consiga responder ao que me é questionado. o motivo da corrida perdeu-se antes. (parece estranho para mim também).


ando devagar, cautelosa, acho um tanto egocêntrico acreditar que serei abordada agora, a rua esta cheia de outras cabeças. que se viram para os dois lados. a minha sempre direciona-se para um lado só.


aperto o envelope no peito, ele se confunde com o que sou agora, esse envelope me representa. me define.


não recordo qual a minha face, os meus traços. mas isso é paliativo.


mas ele esta ali. eu sempre soube que estaria.