cheguei na esquina.
infame.
olho para os dois lados, sinto receio de que eles estejam á espreita. nada nos bolsos. nada nos olhos.
não quero que me vejam, nem falem comigo. isso é tudo um jogo.
talvez não consiga responder ao que me é questionado. o motivo da corrida perdeu-se antes. (parece estranho para mim também).
ando devagar, cautelosa, acho um tanto egocêntrico acreditar que serei abordada agora, a rua esta cheia de outras cabeças. que se viram para os dois lados. a minha sempre direciona-se para um lado só.
aperto o envelope no peito, ele se confunde com o que sou agora, esse envelope me representa. me define.
não recordo qual a minha face, os meus traços. mas isso é paliativo.
mas ele esta ali. eu sempre soube que estaria.