Pessoas ansiosas vivem com dores nas costas, pensando alucinadas em resoluções planejadas, e claro, detestam surpresas.
Algumas das piores surpresas costumam aparecer na caixa de e-mails. Para mim estas são as piores. As boas lembranças são raríssimas: foi por e-mail que tive uma grata surpresa, receber o pedido de namoro enviado por um grande amor e também pelo mesmo canal que respondi o esperado sim! Mas também foi por email que degustei numerosos nãos.
- Não temos interesse em seu currículo neste momento.
- Não poderemos parcelar sua divida.
- Você NÃO passou no processo seletivo, sentimos muito!
Ahhhh! Quase me vejo abrindo a caixa de e-mail e vendo o “numerozinho” de mensagens novas e em seguida a sofreguidão no primeiro clique. Então é aí que começa as caretas em frente ao computador. Uma torcida de nariz (vai lá, todo mundo sabe fazer isso), os ombros vão caindo lentamente e em casos mais graves os olhos começam a encher de lágrimas. Ô vida!
Como é ruim recebermos um não. E como isso faz doer. Já dizia uma amiga: “crescer dói...”
João Cabral de Melo Neto, em um poema sobre a beleza, já comparava a importância desta palavrinha de três letras: ... é tão belo como um sim numa sala negativa.”
Deveríamos fazer uma campanha encaminhada por e-mail sobre o SIM coletivo.
- SIM eu aceito casar com você.
- Sim, eu vou dividir os lucros com todo prazer!
- Sim, você conseguiu a vaga.
Enquanto isso, vamos enchendo o peito de oxigênio e transpirando coragem apesar dos 50 tipos de medo ao clicar no novo envelopinho, singelo e tão temido.
Ás vezes
Há 9 anos
Que orgulho de você-cronista-do-cotidiano. Se eu tivesse talento, escreveria um poema dadaísta em sua homenagem. Porque só por Dadá esse povo talentoso. Sôdade.
ResponderExcluirTaiana, entre tantos sim e não, virtuais, reais, surreais vamos aprendendo e crescendo!! Beijocas! Te amo, amei sua crônica!
ResponderExcluir