domingo, 18 de abril de 2010

Formatos...


As mudanças chegaram. Mas como sempre, nunca batem antes de entrar, arrombam as esferas da natureza tão acostumada.
Quando se sentam confortavelmente em cima do sofá de suas expectativas, você ultraja-se. As emoções espiam do canto. Olhos esbugalhados.

Instintos guardados numa caixinha. Sonhos embrulhadinhos no papel de pão.

Constroem-se novos formatos, o quadrado transfigura-se em um triângulo simpático. O vermelho, o verde, o lilás você vai deixando para logo mais.

terça-feira, 1 de setembro de 2009




cheguei na esquina.
infame.

olho para os dois lados, sinto receio de que eles estejam á espreita. nada nos bolsos. nada nos olhos.


não quero que me vejam, nem falem comigo. isso é tudo um jogo.

talvez não consiga responder ao que me é questionado. o motivo da corrida perdeu-se antes. (parece estranho para mim também).


ando devagar, cautelosa, acho um tanto egocêntrico acreditar que serei abordada agora, a rua esta cheia de outras cabeças. que se viram para os dois lados. a minha sempre direciona-se para um lado só.


aperto o envelope no peito, ele se confunde com o que sou agora, esse envelope me representa. me define.


não recordo qual a minha face, os meus traços. mas isso é paliativo.


mas ele esta ali. eu sempre soube que estaria.




terça-feira, 25 de agosto de 2009


Entro naquela sala. Aquela. Voce sabe de qual sala eu estou falando. Vc já entrou lá. Também ficou com medo. Ela está lá. Nem sempre ela é esnobe. A covardia nos conhece bem, pensa compreender os nossos medos. Ela está lá. Sentada numa poltrona. Ela é séria. Mas vc entra mesmo assim, sente-se desconfortável, respira fundo. A encara e sente receio. Mas vc tem um garrafa de Wisky barato, e um último cigarro ainda no bolso da calça.

Ela sorri.

Vc recorda que o cenário é conhecido, ouve passos pelo corredor, é aquele senhor com um ganancioso chapéu, com tosse seca, e aquele olhar vazio meio estrábico. Ele segura na maçaneta mas não entra. Sabe que não é esperado. Outros chegarão.

Ele é apenas uma testemunha participante, um protagonista sem closes e nem roteiros de fala improvisada. Espontâneo tal qual o momento, tal qual a razão, tal qual o agora.

Ela me esperava há tempos. Entrega-me o que preciso num pequeno embrulho.

Encosto a porta. Abro o envelope e conto o dinheiro. É muito dinheiro. Corro.


quarta-feira, 1 de julho de 2009

Amelie...


“(...) Privada do contato com outras crianças, dividida entre a agitação da mãe e a distância glacial do pai, Amélie encontra refúgio no mundo que inventou. Nesse mundo, o disco de vinil é feito como as panquecas e a mulher do vizinho, em coma há meses, na verdade, resolveu dormir de uma vez só todo o sono de sua vida.- Assim posso ficar acordada dia e noite todo o resto da minha vida.
(...)Dias, meses e anos se passam.O mundo parece tão morto que Amélie prefere sonhar até ter idade para partir.
(...)Cinco anos depois Amélie é garçonete num café de Montmartre, o Deux Moulins.
(...)Em 48 horas o destino de Amélie mudará. Mas por hora ela não sabe disso. A vida segue seu curso entre colegas e clientes.Às vezes, na sexta à noite, Amélie vai ao cinema. - Gosto de me virar no escuro e observar o rosto dos outros. Também gosto de procurar detalhes que ninguém vê. Em compensação, não gosto quando o motorista não olha para a estrada.
Amélie não tem namorado. Tentou uma ou duas vezes, mas o resultado não foi o que esperava.Em compensação cultiva um gosto particular por pequenos prazeres: enfiar a mão bem fundo no saco de cereais, quebrar a cobertura do ‘crème brúlée’ com a colher e jogar pedras no Canal Saint Martin.
(...)O tempo não mudou nada, Amélie continua se refugiando na solidão. Diverte-se com perguntas idiotas sobre a cidade à sua volta. Quantos casais, por exemplo, estão tendo orgasmo nesse exato momento?- 15!”
(O fabuloso destino de Amélie Poulain)
"AMELISTICOS: Seres impulsivos, apaixonados e de coração nobre, raros..."

terça-feira, 7 de abril de 2009

ACROSS THE UNIVERSE


Como diria Tim Maia "Uh! Uh! Uh! Que Beleza!"
Não tenho outra coisa a dizer sobre esse filme.
Uma obra fabulosa, única, estou extasiada ainda. Trata-se de um filme que ainda não havia sido feito, que mostra a trajetória de um casal e de pessoas ao redor deles, contada (e cantada) pelas músicas dos Beatles. O projeto ficou nas talentosas mãos de Julie Taymor, premiada por seu trabalho em Frida.
Pra se ter uma idéia as músicas escolhidas se encaixam perfeitamente, e ajudam a contar a história e os dramas vividos pelos personagens. São executadas da primeira à última nota, puro rock roll, mas rola da duração de Across the Universe ser meio longa, problema que todo beatlemaníaco vai ter que aturar em respeito ao legado da banda, mas isso os caras já aturam há mais de 30 anos com Yoko Ono. rs
Tem as participações especiais do Bono (como hippie Dr. Robert cantando "I am The Walrus"), Joe Cocker (triplo papel de um cafetão, mendigo e hippie emprestando sua voz rouca para "Come Together"), Salma Hayek (dançando "Happiness is a Warm Gun" vestida de enfermeira) e do comediante Eddie Izzard (o apresentador do circo em "Being For the Benefit of Mr. Kite!").

Obs. Levando em consideração toda a importância que as letras das músicas têm na história, esse filme além de bem sacado, é um presente pra galera que vê no rock sua salvação, rs que sem exagero enxerga no rock roll a arte que nos é roubada todos os dias pelo bombardeio de babaquice musical socado "guela a baixo" pela midia em geral.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Paixões de hoje!


Eu amo o Gabriel Garcia Marquez, incondicionalmente. Apaixonadamente.
Olha se esse amor não tem motivo:
"O sexo é o consolo que a gente tem quando o amor não nos alcança."
(Trecho do livro Memórias de Minhas Putas Tristes)

Mas vim aqui pra dizer que eu amo a Penélope Cruz como Maria Helena (Vick Cristina Barcelona), e apesar dela brilhar tanto na produção (e consequentemente ofuscar todos em cena), o Javier também me encheu de suspiros, o tempo todo que ele aparece. Ai ai!!!
Houve algumas falas que me comoveram, me inspiraram. Não me recordarei com precisão todas, mas algumas são essas:

- Ele não é como um zumbi em série. (OBS. RAPAZ QUE COINCIDENCIA!)

- Os relacionamentos são na maioria desastrosos...

... você é como a nuança que adicionada a uma paleta torna a cor bonita.

Vick - Porque seu pai não publica seus poemas?
Juan - Porque ele odeia o mundo. E essa é a maneira dele de revidar. Criar trabalhos lindos e então negá-los ao público.
Vick - Bem, porque ele está tão zangado com a raça humana?
Juan - Porque depois de milhares de anos de civilização os homens ainda não aprenderam a amar.

- é como uma doença, nunca nada lhe bastará... ela nunca vai ficar satisfeita com nada... insatisfação crônica, é o que você tem. (OBS. HÁ, ME LEMBRA A JULIA ROBERTS NO CLOSER)

... seu modo de ver é todo meu...

... eu o amo, mas não sou apaixonada por ele há anos...
- Nosso amor vai durar para sempre. É para sempre, mas não dá certo. Por isso sempre será romântico. Porque não pode ser completo.
Enfim acordei apaixonadamente feliz por existirem Gabriel G. Marquez e Penélope Cruz neste mundo. Me basta por hoje!!!

terça-feira, 17 de março de 2009

Dylan


"Você nunca se virou para ver as carrancas

Dos equilibristas e dos palhaços

Enquanto todos eles chegavam

E faziam truques para você

Você jamais entendeu que isso não é bom"

(Bob Dylan)


Não adianta chamar meu nome,

como você nunca fez antes...

Não consigo mais te ouvir.

Dylan